Não! Não sonhei com você!
Sei que vai estranhar as exclamações, como sempre fez. Vai entrar na conversa dos críticos literários que condenam os sinais. Nossas conversas sempre tiveram exclamações, interrogações, parênteses, dois pontos e tudo mais que nossa linguagem proporcionou. Lembre disso.
Mas, voltando ao tema, desesclamando, afirmo a bem da verdade que não sonhei com você. Passei longe disso.
Passei longe dos seus lábios, língua, olhos, orelhas, pescoço, saboneteiras e não desço mais por pudor.
Não meu pudor, mas o pudor dos que podem, um dia, lerem essas desinterrogações.
Não sonhei com seu vestido e nem com sua nudez.
Não sonhei com sua blusa de botões abertos. Era rosa? Cinza? Não sei. Não sonhei!
Não sonhei com o que vi entre os botões, mas se fosse poeta escreveria versos sobre o que se vê entre os botões.
Não! Não sonhei com você! Mas, quem dera?
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